domingo, 29 de março de 2020

A versão do Resident Evil para um console brasileiro


Meu primeiro contato com a série (digo, contato "sério"- já que tinha jogado sem muito interesse o terceiro jogo da franquia) foi com a incrível saga de Leon ao salvar a filha do presidente. Graças a versão do jogo para o console brasileiro Zeebo, cujo tenho guardado e funciona até hoje. Então, se gostaria da opinião série de alguém que comprou e jogou bastante este jogo, continue lendo.

Resident Evil nunca tinha me chamado atenção. Lembro que o hipe gerado pelo RE3 ainda na era PS1 não me fez mudar de opinião. O jogo é sensacional, mas não foi o tipo de jogo que chamou minha atenção. Mesmo assim, fui um daqueles que reclamaram quando saiu o quarto jogo - mesmo sem saber do que se tratava. Talvez minha visão na época, seria de que não tinha como continuar a história (pois sabia o que acontecia graças ao meu irmão que o fechou). Quem sabe um dia, eu tente experimentar este clássico.


Na época do Zeebo, os jogos apareciam no catálogo do console. E dentre eles, estava a versão do Resident Evil 4, considerado até o momento, como o jogo MAIS CARO DO CONSOLE - exigindo 25 reais do consumidor (o que era bastante alto para os fãs do Zeebo). Em média, um jogo do console nacional custava 10 e em grande parte, eram jogos curtos (ou que focava no multiplayer sem dar algo a mais, como jogos de luta como Tekken). Mas não me arrependo de ter comprado o console. Quis dar chance do mercado nacional, mesmo com a Tectoy ferrando com seus consumidores ao criar um sistema em que não se aceita controles alternativos e suas medidas "antipirataria" que no fim, forçaram a muitos não ligarem mais para o videogame.

Não me lembro quanto custou o Tekken 2, acho que foi 18 ou 19 reais e um jogo de 25, ainda mais da Capcom (o único da produtora em todo o catálogo) me fez imaginar que seria um game completo e que levaria horas e mais horas como nas versões de pc ou consoles...

Só que não!

A Zeebo Edition foi apenas um jogo caça-níquel lançado as pressas e que nem chegava perto das versões de Quake I e II lançados para o console. Só foi importante para mim e pro meu irmão no intuito de apresentar a saga de Leon, na qual, fomos conhecer mais tarde no playstation 2 (e que se tornou um dos jogos que mais joguei na vida). A princípio, o game parecia promissor, colocando as cenas dos jogos orginais em fotos e textos resumindo o que acontece (da mesma forma que foi feito o Mortal Kombat Mythologies: Sub Zero para Nintendo 64.Veja só como é a primeira fase no vídeo abaixo:


O sistema era praticamente o mesmo das versões originais, incluindo mira e botões de ação para chutar os zumbis e pegar itens. No fim de cada fase, você pode atualizar suas armas e COMPRAR MUNIÇÃO (algo que só a versão Zeebo tem!). Além disso, ele possui um modo "mercenário" onde você só re-joga algumas frases de outro ponto - o que dá pra se divertir caso você não tenha outro game a disposição. Leon também pode mandar Ashley esperar ou segui-lo e tudo aquilo em que o jogo da Capcom oferece (numa versão feita no estilo do Zeebo...) Veja a fase em que Leon encontra a filha do presidente no vídeo abaixo:


Também ele apresentava um mini-jogo chamado de COIN SHOOT, onde você tinha que acertar moedas em certos pontos. Pode ser divertido em algum momento, mas não é aquilo que chama atenção para jogando o tempo todo - talvez só sirva para aumentar de maneira preguiçosa, o tempo útil do jogo.


Não sei de onde eles tiraram a ideia de colocar todos os zumbis azuis... com certeza, essa é a primeira coisa que chama atenção! Uma coisa que não tem nas outras versões, é apresentar uma frase de Crítico quando você acerta aquela bala bem na cara do monstro. (Isso eu senti falta quando migrei dessa versão para de PS2).

Como eu disse antes, o jogo valia na loja da Zeebo 25 reais. 

Mas acredito que nem valia os 10 que pagamos por ele numa promoção.

Pois o jogo está incompleto e só possui 13 fases... (isso mesmo!)

O jogo termina quando Leon está sendo perseguido por um Verdugo (se disse o nome errado, me corrijam nos comentários, por favor) e foi através disso, que nos fez ir atrás de outras versões. Com a história que não é nem a metade do jogo original, não dá pra entender como jogo sério. Todas as fases, são apenas uma parte de algum ponto do jogo. Onde você mata todos os zumbis ou pega uma chave. Resumindo: cada loading é uma fase (tirando a 4 e a 12, eu acho, onde você só enfrenta El Gigante e acaba!)


O jogo também você combina ervas para aumentar a saúde e outras coisas que me fizeram gostar do jogo. Pois se ele fosse até o final, poderia sim, ser um dos melhores jogos do console - mas é uma versão fraca da adaptação de celular que vi por aí. Se for para criticar o console, posso afirmar que chamar RE4 de Zeebo Edition poderia sim, um nome perfeito para uma porcaria. Tudo porque não oferece nem a metade e todos aqueles que jogaram, vão ter que gastar mais dinheiro para conhecer o original, que hoje está na Steam e qualquer um com pc mais ou menos, consegue se divertir.

Ele apresenta as mesmas mecânicas básicas e dá pra se divertir se nunca jogou RE4, mas ele foi o jogo mais caro do console, sendo que não vendia o game completo. Era melhor pegar esse dinheiro e com mais um pouco, comprar a versão completa ou aproveitar alguma promoção na Steam.

Mas agradeço por ser a porta de entrada para a série (cujo hoje, terminei com meu irmão o RE5 de pc e devemos em breve, falar nossas opiniões!)

OBS: horas depois após o fechamento desta postagem, procurei saber aonde levava o RE para celular - uma vez que a versão do Zeebo nada mais era que uma versão traduzida e pouco modificada. Me levando a crer que o trabalho porco da Tectoy, era pior do que eu pensava. Pois o jogo de celular, continha 24 estágios - levando o jogo até o final. Com estágios mais avançados que rodariam perfeitamente no Zeebo. Talvez se estivesse essa versão, poderia até aceitar doar 25 reais...

As duas versões (celular e Zeebo) são praticamente a mesma coisa. Então, mais um MOTIVO PARA NÃO COMPRAR MAIS NADA DESSA TECTOY, que só foi boa nos anos 90. 

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