Jogo RPG desde 1999, e de lá pra cá acompanhei por muito tempo o mercado de RPG. Entre a década de 2000 até 2010 tínhamos poucas editoras trazendo jogos e conteúdo. Essencialmente o RPG no Brasil naquela época dividia-se entre a Devir Livraria (que trazia os livros de D&D 3.0 e 3.5, a linha Storyteller, GURPS e outros), a Daemon Editora (trazendo livros do Sistema Daemon, como Anime e Supers), e a revista Dragão Brasil, que trazia o 3D&T (Defensores de Tóquio 3ª Edição) e o cenário de campanha Tormenta RPG.
3D&T, por ser barato e trazer um sistema simples, baseado em animes e mangás, trouxe muitos adeptos aos jogos de RPG. Inicialmente ele foi criado como uma revista após Marcelo Cassaro, em 1994, passar por uma noite insônia. 3D&T inicialmente chamava-se Defensores de Tóquio, que inicialmente seria um suplemento para o jogo Toon (de desenhos animados) mas acabou tendo um sistema próprio. Com o sucesso do jogo, uma nova versão em revista foi lançada, chamada de Advanced Defensores de Tóquio (uma referência clara ao AD&D, Advanced Dungeons & Dragons, maior RPG do mundo na época). 3D&T é uma abreviação de Defensores de Tóquio 3ª Edição.
Nos anos 2000, a Dragão Brasil lançou uma edição mais caprichada para este jogo. Essa repaginação não seria uma nova edição de 3D&T, mas sim uma releitura de Defensores de Tóquio original, que foi criado para ser uma sátira dos seriados japoneses contra monstros em Tóquio (como Jiban, Jiraya, Jaspion, Power Rangers, etc). O nome do livro chamou-se Defensores de Tóquio: O Jogo de RPG, e foi meu primeiro livro de RPG (que tenho até hoje, todo surrado de tanto usar...).
Diferenças entre 3D&T e Defensores de Tóquio: O Jogo de RPG
Como mencionado no próprio livro, apesar da semelhança das regras, Defensores de Tóquio: O Jogo de RPG tem regras TOTALMENTE diferentes do 3D&T original. A primeira delas é que os Personagens começam com 1 ponto garantido nas Características (Força, Habilidade, Resistência, Armadura e Poder de Fogo).
Inicialmente, todos os Personagens começam com 10 pontos para preencher nos Atributos (cada um custa 1 ponto), nas Vantagens e nas Perícias. Em Defensores de Tóquio: O Jogo de RPG não existem Desvantagens. Obrigatoriamente cada Defensor de Tóquio precisa escolher duas coisas: um Inimigo (que pode ser o Inimigo da campanha ou um rival), e uma Devoção, que é uma espécie de Código de Honra ou Alinhamento do Personagem. No livro também existem duas aventuras prontas: Tóquio em Perigo (De Novo!), que apresenta um desafio mais leve, para ensinar as regras do jogo; e Power Dangers: O Filme, uma aventura inicial no fim do livro.
Todas as Vantagens e Perícias do livro são em tom cômico. Além disso, os Defensores de Tóquio não morrem, e recuperam todos os seus Pontos de Vida depois de um breve descanso. O combate também é totalmente diferente do 3D&T: o atacante rola 1D+Força. Não existem testes de Defesa, apenas a oportunidade de Esquivar (se for ataque de longa distância).
As imagens são do desenhista Eduardo Francisco, com mangá meio cartunesco que deixou o livro muito mais divertido. As tiragens do autor, Marcelo Cassaro, também são legais. Considere Defensores de Tóquio: O Jogo de RPG um jogo próprio de heróis lutando contra monstros em Tóquio, e não um RPG genérico de animes/mangás (como 3D&T).
No passado eu fiz um vídeo sobre ele. Confira.
No passado eu fiz um vídeo sobre ele. Confira.
Esse foi o primeiro RPG que comprei, e passei parte da minha adolescência me divertindo com essas campanhas. Valeu muito a pena ter comprado ele!
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